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Tailândia // Koh Tao

Ilhas paradisíacas sobre rodas e de barriga cheia

Aqui sabe mesmo a férias, depois de um mês de mochila às costas

É a paisagem que começa por deslumbrar, montanhas cobertas de árvores e os milhares de coqueiros junto à costa, a guardar a areia e o mar. Pé na água quente, quente a sério, um mergulho banheira de imersão, que há pé até mais não. Que maravilha, Tailândia!

A beleza da ilha-tartaruga, Koh Tao, descobre-se ainda melhor furando de mota os caminhos de terra batida - lama, quando chove - com descidas e subidas íngremes, piso em falso, caminhos tortuosos. Uma aventura, percalços na certa, mas respira-se ar puro, a beber a paisagem, sempre com o mar lá ao fundo. Vale tudo, tanto, a pena.

Uma hora e dá-se a volta, com paragens ao acaso, pasmando sempre com a envolvente verde e os reflexos do dia soalheiro. Às 6:30 da tarde o sol põe-se e o banho no mar é sentido como um ato de gratidão.

As praias têm ninguém ou meia dúzia de gatos pingados. Boiar de olhos fechados para escutar as ondas, de olhos abertos para ficar siderado pelo azul do céu e dos pássaros que o cruzam é um prazer solitário com tanto valor. E a maravilha que é fazer snorkelling, observar os peixes e os corais?

Água de nascente

Koh Panghan tem estradas bem alcatroadas e também é sobre rodas que se dá a volta à ilha e se vai da praia às cascatas (Phaeng Waterfall).

Água fresca que se faz ouvir ao tom dos pássaros, numa sinfonia que empurra o corpo para a nascente, mãos agarradas às cordas até lá ao cimo, pés que pisam as raízes grossas das árvores que rebentam no chão. Tudo assim à vista, a natureza intocável.

No regresso à casa que não temos, a brisa de final de tarde torna o passeio de mota ainda mais agradável e refresca os escaldões.

Comida de rua

A vida citadina tem comida de rua, muita comida de rua, em motorizadas com atrelados que fazem de montra, roulottes com frango assado ou panado, porco, camarão, frutas tropicais e thai food, com noodles, arroz frito e/ou legumes a acompanhar. Os cheiros distinguem-se, às vezes interligam-se. Difícil é escolher.

À beira da estrada, é também assim a entrada dos "restaurantes". Roulottes e mesas de madeira a um canto, com telhados de folhas secas e pilares de bambu. Sombra caída do céu à hora de almoço, 29° que parecem 36°, com a humidade acima de 70%. Estes negócios juntam mulher, marido, filhos e outros parentes, até a miúda de cinco anitos ajuda a levantar os pratos da família asiática que se deleitou com sopas, arroz e noodles tailandeses. Uma pausa para encher a barriga e saciar a sede a meio da viagem.

Ao jantar, os night markets são outra paragem obrigatória. Come-se bem e barato nestas feiras de rua que voltam a cheirar a assado, a cozinhados na wok, a picante e a manga. Bancas com escorpiões, baratas e outros bichos também, naturalmente. A refeição, com bebida, fica por pouco mais de três euros por pessoa.

Koh Samui é a maior destas três ilhas e tem tudo isso, mais gente, mais encenações para turistas, mas as praias estão longe, mas longe de estar lotadas, são limpas e os cães fazem de porteiros nas esplanadas de areia dos restaurantes.

Verde orvalho

Depois, há Khao Sok. Não é ilha, é um regresso ao continente. Um paraíso verde, onde o orvalho do amanhecer permanece durante todo o dia nas árvores e lhes dá ainda mais brilho. Viagem de scooter demorada até ao Cheow Lan Lake, o caminho perde-se pelo meio, quase ninguém arranha sequer o inglês, mas as pessoas são amáveis, tentam dar indicações. Avé wi-fi na mercearia e Google Maps!

O belo lago verde e azul tem muitas rochas de vários tamanhos e manto verde, tem troncos de árvores solitários que emergem da água. O motor do barco pára nas three rocks, as três rochas que vêm nos postais.

O parque natural tem os sons da selva, muitas folhas caídas e é uma aldeia de bambus que crescem a toda a velocidade, povoada por macacos, pássaros, cobras que deixam a sua pele pelo caminho e sanguessugas, entre outros (muitos) bichos.

Uma amostra da diversidade da Tailândia, onde a natureza é rainha. Um país com praias de onde não se quer sair, mar esplêndido, coqueiros aos magotes a dar sombra a boas leituras, com barriga cheia, e bem cheia. Relógios e telemóveis ficam no bungalow. Aqui sabe mesmo mesmo a férias, já com um mês de mochila às costas.